segunda-feira, 5 de julho de 2010

Jó 38. 33


"Sabes tu as ordenanças dos céus, ou podes dispor do domínio deles sobre a terra?"

Palmares, sexta-feira, 18 de junho de 2010. Depois de uma semana com muita chuva, o nível do rio Una que corta a cidade começou a subir com uma velocidade impressionante. Este dia jamais será esquecido pela população palmarense.
As pessoas que já haviam sofrido com outras enchentes que ocorreram no município logo perceberam que outra inundação estava prestes a acontecer, mas ninguém imaginava o que realmente estava por vir.
A enchente de 2000 deixou muitas marcas em Palmares, muitos comerciantes perderam tudo e alguns não conseguiram se recuperar.  O ano de 2000 tinha sido o pior de todos os anos para os moradores, até junho de 2010.
Às 18h00min da tarde daquela sexta-feira, várias partes da cidade já estavam debaixo d’água, foi quando uma das avenidas que dá acesso à cidade e que fica às margens do rio Una começou a ser invadida por suas águas. Minha casa fica perto desta avenida e a partir daí pude ver de perto o desespero das pessoas.
A rua em que moro fica um pouco acima e não tem saída para carros porque no final da rua tem uma estrada de ferro, mas quando as águas começaram a inundar os arredores e o trânsito de veículos não era mais possível pelas vias normais, a rua onde moro virou uma avenida, as pessoas corriam com seus pertences na tentativa desesperada de salvar o que tinham, carros e motos passavam em alta velocidade a todo instante, mas a pressa e a agonia dificultavam ainda mais a tentativa de passarem por cima dos trilhos.
Diante de todo esse caos ficamos sem energia elétrica e a água não parava de subir. A rua atrás da minha casa é mais baixa, e as casas já começavam a serem tomadas pela água, passamos a madrugada inteira observando o nível da água e vendo a triste imagem das casas sendo cobertas. Na manhã de sábado nosso quintal era um lago, e as casas eram apenas telhados. Helicópteros sobrevoavam a cidade resgatando as pessoas que ficaram isoladas. 
Da parte mais alta da cidade podíamos observar a tragédia. Palmares estava embaixo d’água. No domingo pela manhã quando a água baixou, a população contemplou o tamanho da catástrofe. O cenário era totalmente inacreditável. Pontes destruídas, casas em ruínas, praças, prédios públicos, grande parte da cidade não suportou a força violenta das águas e desabou. Palmares, a Terra dos Poetas estava em estado de emergência e pedia socorro. Os dias se passaram e enquanto a população tentava reagir mesmo sem água e no escuro, a cidade foi inundada outra vez. Mais lama, mais lixo, mais desespero.
O país se comove e ajuda, mas a cidade ainda sofre com tudo de bom que se foi e com todo o mal que ficou.

2 comentários:

  1. Querida irmã Laiza, que a graça a paz e o amor do nosso Senhor Jesus esteja com você. Lindo o seu blog, adorei, de muito bom gosto, parabéns.
    Querida Laiza, pela primeira vez visitando seu blog e me deparo com um texto tão triste. Tenho orado todos os dias por toda esta região, por todas as pessoas que estão sofrendo ai perto de você. Espero que o Altíssimo levante pessoas capazes de ajudar toda essa gente a suprir suas perdas materiais, quanto às perdas humanas e espirituais, oro para que Ele envie o Consolador para tratar do coração de cada pessoa que sofre.
    Convido você para uma visita em meu blog, se gostar seja uma seguidora. Já estou seguindo o seu.
    Em Cristo:
    Amarildo.

    ResponderExcluir
  2. Que Deus continue abençoando tua vida... Cremos que Deus levantará pessoas a ajudarem. Nós precisamos ajudar uns aos outros...

    Estamos com postagem nova.

    www.geracaoregate.net

    ResponderExcluir

Pesquisa